Vício em jogos de azar se espalha no exército dos EUA

Garance Limouzy July 5, 2024

O Departamento de Assuntos de Veteranos declarou que o número de membros ativos ou aposentados do exército dos EUA mostrando sinais de jogo problemático está aumentando significativamente. Em algumas regi?es dos EUA, mais de 10% dos militares s?o jogadores problemáticos.

Preocupado com o crescente problema da dependência de jogos de azar entre os membros do exército dos EUA, o Departamento de Assuntos de Veteranos iniciou investiga??es sobre o tema. Atualmente, está em andamento uma extensa pesquisa militar, com resultados previstos para serem divulgados até o final de 2024. Descobertas preliminares sugerem que os membros das For?as Armadas n?o apenas apresentam maior vulnerabilidade a distúrbios relacionados ao jogo em compara??o com civis, mas também s?o menos propensos a relatar esses problemas e buscar assistência.

Heather Chapman, psicóloga clínica e diretora do programa nacional de tratamento de jogos de azar do Departamento de Assuntos de Veteranos, disse à CNBC: “De repente, come?amos a ver muitas pessoas com problemas de jogo ligando e pedindo ajuda.”

Máquinas ca?a-níqueis em bases militares

Um relatório de 2017 revelou que mais de 3.100 máquinas ca?a-níqueis foram instaladas em bases militares dos EUA no exterior. Essas máquinas ca?a-níqueis s?o vistas como uma atividade recreativa que aumenta a moral das tropas e geram mais de US$ 100 milh?es em receita por ano para o exército. Soldados com apenas 18 anos podem jogar em alguns desses países estrangeiros. Enquanto isso, as máquinas ca?a-níqueis n?o s?o permitidas em instala??es militares dentro dos EUA.

Alvejando o militar

Muitos operadores de jogos de azar alvejam ativamente o militar. No estado de Washington, sete cassinos abriram a menos de 20 minutos de uma das maiores bases militares dos EUA. Além disso, cassinos e livros esportivos frequentemente enviam promo??es direcionadas aos militares, especialmente em torno do Dia da Independência. Alguns cassinos até oferecem jogos gratuitos para os soldados.

No entanto, à medida que a conscientiza??o sobre o problema cresce, alguns operadores deixaram de alvejar os militares. Outros foram além ao financiar programas para lidar com o problema.

A jornada para a recupera??o

Dave Yeager, ex-sargento do Exército, publicou um livro para ajudar outros militares enfrentando problemas com o jogo: “Fall In: A Veteran with a Gambling Addiction”. Neste livro, ele explica como sua dependência custou-lhe sua família e sua posi??o no exército, detalhando incidentes como roubar dinheiro pequeno e falir sua família para alimentar sua adi??o. Yeager compartilha como alguns conselheiros e comandantes no exército falharam em entender a gravidade de sua doen?a.

Seu livro também cobre sua jornada para a recupera??o. Kevin Wensing, capit?o aposentado da Marinha dos EUA e defensor dos veteranos, disse: “Dave é uma inspira??o para milh?es que se tornaram danos colaterais do jogo e continuam a ser tentados pelo avan?o massivo de sites on-line que alimentam comportamentos viciantes. Sua história é um farol de esperan?a e as li??es que ele oferece ajudar?o todos os que est?o comprometidos em aumentar a conscientiza??o sobre o jogo problemático e fornecer as ferramentas necessárias para evitar danos”.

Tratando soldados

O Departamento de Assuntos de Veteranos opera dois centros de tratamento e colabora com muitos programas civis em todo o país. Para encorajar os soldados a procurarem ajuda para a dependência do jogo, o exército reiterou que nenhum soldado será penalizado por se apresentar e buscar tratamento. Além disso, o Departamento de Defesa agora usa o exame de saúde anual para procurar sinais de dependência do jogo.